Trabalho com fissura lábio palatina há 22 anos. Quando iniciei não tinha ideia de como atender o paciente. Tive uma boa professora! Hoje ela é minha sócia na clínica Além da Fala. Atuando diretamente com as famílias, sinto como a falta de conhecimento sobre a fissura lhes causa sofrimento e atrasa a busca por atendimento precoce. O objetivo aqui é fornecer as principais informações e deixar um convite para aqueles que quiserem saber mais.
A fissura lábio palatina é uma malformação congênita que ocorre durante o desenvolvimento do embrião. As causas são variadas e combinam fatores genéticos e ambientais. Observa-se grande variabilidade clínica, podendo se apresentar como uma pequena cicatriz labial, até fissuras complexas acometendo lábios, palato duro e mole.
Pode ocorrer de forma isolada ou fazer parte de uma síndrome e sua incidência é de um em cada 1000 nascimentos.
As fissuras podem provocar alterações na alimentação, na fala e predispor o bebê a infecções de vias aéreas superiores e de orelha média. O tratamento é feito por equipe multidisciplinar composta por:
– Cirurgia Plástica: responsável pela cirurgia nas idades corretas (lábio, palato, enxerto ósseo, rinoplastia);
– Fonoaudiologia: orientação sobre alimentação, desenvolvimento de fala e linguagem, acompanhamento dos processos de aprendizado;
– Odontologia: higiene oral e correção da arcada dentária e alinhamento dos dentes;
– Psicologia: acompanhamento do desenvolvimento comportamental e emocional da criança e de sua família. Busca a integração psicossocial do paciente;
– Otorrinolaringologista: seguimento do desenvolvimento da audição e das possíveis infecções de ouvido recorrentes;
– Pediatria: avalia clinicamente o bebê e o encaminha para exames e consultas especializadas tais como: geneticista ou nutricionista.
O sucesso do tratamento com bom resultado estético e funcional será obtido com a atuação de profissionais especializados e envolvimento da família, seguindo as orientações fornecidas e comparecendo aos retornos propostos.
CRFa 4965